Depoimentos




PEPE DONATO - Guanambi/BA - Autor da música "Na Sua"

"Pensei em escrever algo sobre arrependimento e criei os versos “me faça arrepender de te querer e não se arrependa se nunca mais me esquecer”. A partir daí, já ao violão criei as estrofes buscando traçar a trajetória de um casal com idas e vindas, dias bons e dias péssimos. 
A minha intenção ao usar termos exagerados como “busto no porão” era mesmo a de deixar um clima de romance trágico.  Acho que deu certo. A canção é forte e ao mesmo tempo tem um apelo doce. A interpretação de Cris Moura dá à canção essa e outras possibilidades, o que me deixa feliz, visto que a minha leitura da mensagem é mais fria."


MARCO ANTONIO ARAUJO - Rio de Janeiro/RJ - Autor das músicas "Dessemelhança" e "Porto Seguro" 

"Dessemelhança
É uma canção existencialista. Quando você começa a se questionar sobre a vida, você fica mais confuso ou tira várias conclusões. Na letra mostro como nossa existência pode ter leveza ou dor, dependendo de cada momento. Orlando Santa captou de primeira a ideia da letra e fez uma melodia com uma sensibilidade ímpar.

Porto seguro

É uma típica canção de amor. Acho que todos que amam, vez ou outra sentem uma insegurança, onde aflora o medo de perder. É basicamente sobre isso, eternizar uma noite em boa companhia. Uma letra relativamente antiga, que meu amigo Dione pescou e saiu essa balada. Das minhas preferidas.

Cris
Cris Moura é rock: tem atitude. É gritante o quanto ela consegue ser contestadora e guerreira. Corre mesmo atrás dos seus objetivos, sendo este belo disco uma grande prova disso. Mas, por trás dessa garra toda, existe ali uma pessoa sensível e carinhosa; Cris é pop: onde vai, chama a atenção e é querida por todos. Parceiros nunca são só parceiros. Foi uma honra dividir ideias, sugerir, ouvir e participar deste disco com duas composições, em parceria com verdadeiros amigos. Vocês vão ver como essa sintonia faz toda a diferença! "   


ORLANDO SANTA - Rio de Janeiro/RJ - Autor da música "Dessemelhança" 

"Química

Quando a gente estuda a Tabela Periódica, e não vai seguir o curso de Química, a gente se pergunta: pra que isso tudo? Em que vamos utilizar a sigla dos elementos ou saber seus grupos e números atômicos? Não sou formado em Química, mas pelas longínquas lembranças que me restam - revividas pela Internet - me veio a resposta. Como uma poesia tão nobre, tão curta e tão clara - como a vida - pode ter me inspirado tanto a fazer uma melodia, na qual os versos se encaixam de forma tão simples? Não ouso driblar minha baixa estima e elogiar minha melodia, mas afirmo com certeza que palavras tão puras, tão tristes e tão caras são - quando tão bem colocadas - raras de encontrar hoje em dia.
Marco, parceiro, amigo, o fato desta e de suas outras poesias me emocionarem tanto, só tem uma resposta: há química entre nós. E se eu fosse um químico ou um cientista, com certeza descobriria - ou criaria - um novo elemento, cuja sigla seria Ma - Marco Antonio - e seria tabelado como um "metal terroso raro". Vale muito e pessoas como você são raras de encontrar aqui na Terra!


A Fada Madrinha

Um dia, visitei a página do Leoni. Acompanho sua carreira desde o início. Fui no Fórum e vi que havia uma turma atuante, que postava sem parar. Poesias, links para clips e gozações. No anonimato, seguia cada mensagem, sem coragem para me identificar. Até que um concurso, fez com que me cadastrasse e pedisse apoio a eles. O grupo - Os Pertur-bardos - me recebeu muito bem e me aceitou como membro. Logo recebi uma poesia para colocar a melodia. "Dessemelhança" caiu no gosto da Cris, que com um simples gostar, um simples SIM para a música, estaria prestes a realizar um sonho que, para mim, é o maior de toda uma vida respirando música. Quando ela canta, nossa alma respira, nossa alma vive, nossa alma vibra e no peito ecoa a verdade e a entrega que só ela é capaz de nos proporcionar. Existem muitas cantoras e intérpretes boas no Brasil. Uma, a Cris, é especial, por permitir que ilustres desconhecidos como nós, ficassem perpetuados em uma obra que o tempo, tenho certeza, não vai apagar. Ela é - por unanimidade - nossa madrinha. Pra mim ela é também a fada que permitiu que uma música - "Dessemelhança" (letra de Marco Antonio Araujo e música de minha autoria) - nascesse para a luz!
Cris, minha Fada Madrinha, que o sol continue na sua voz iluminando a todos e trazendo mais brilho para cada coração!"

 

SERGIO OLIVEIRA - Taubaté/SP - Autor da música "Ecos da Solidão"

"Ecos da Solidão
Ecos da solidão foi composta
quando eu e o Leandro ainda éramos adolescentes e tínhamos uma banda de rock.
Apesar da música falar de amor e de sofrimento, nem eu nem o Leandro tínhamos namoradas na época. Pensávamos somente em Rock e nossos encontros com as garotas eram, digamos assim, freqüentes mas muito, muito rápidos.
O que nos levou a fazer a música foi um bom refrão (ainda sem letra) e um riff de guitarra que achamos muito legal. O resto foi só pra deixar a canção redonda. Nossa verdadeira inspiração, nossa musa inspiradora, foi a própria música.


Cris Moura

Hoje vemos muitos artistas de ocasião querendo virar grandes estrelas da música de forma instantânea. Na maior parte das vezes, repetem fórmulas de sucesso na esperança de aparecer na mídia, de galgar o estrelato de forma rápida e sem esforço. A estes, só interessam os holofotes. Outras vezes porém, somos surpreendidos por pessoas com talento real, vontade e capacidade de sacrificar-se em prol da boa música.
Cris Moura é um desses raros artistas que fazem música porque amam a música e porque são músicos com M maiúsculo produzindo boas músicas que são sempre bem vindas aos ouvidos sofisticados."



LEANDRO PINHO - Araguari/MG - Autor da música "Ecos da Solidão"

"Ecos da solidão
 ... quanto tempo!!!
Essa música foi composta ao final da década de 80. O Serginho chegou pra mim com o rascunho da letra e propondo uma parceria na construção dessa música que inicialmente, chamou-se "Mistérios".
A inspiração partiu dele que a iniciou, embora ele tenha me dito isso, já não me lembro mais.
Agora, para finalizar... posso afirmar com toda alegria que tão prazeiroso quanto compor essa canção, é poder ouvi-la na voz da Cris Moura que mistura a pegada inconfundível de uma Janis Joplin com a sensibilidade marcante de uma Maria Bethânia. Por isso hoje, após tantos anos, talvez eu tenha a explicação exata de porque no início nos veio o nome "Mistérios"... Ela era pra ser cantada por alguém que ainda não existia pra nós... CRIS MOURA.
Agradeço de todo o meu coração por incluir "ECOS DA SOLIDÃO" no seu repertório.
Obrigado por ser minha amiga, minha parceira de canções, minha irmã tão sonoramente querida!"
 


NUNO RAU- Rio de Janeiro/RJ - Autor da música "Bombas na TV"

"BOMBAS NA TV
Vivemos em um mundo que foi feito em estilhaços – nada mais parece seguro, estável, verdadeiro. A profusão de imagens (fotografias, filmes, clipes, etc.), como se num caleidoscópio cada vez mais vertiginoso, não forma uma versão de mundo confiável. A gente assiste a tudo pela TV, novelas, shows, guerras, desastres naturais, e tudo se assemelha, no fim das contas, a um filme de  Hollywood, roteiros feitos pra nos fazer rir, ou chorar, mas que depois que nos desconectamos,  deixam de existir. 
As guerras, no entanto, não são irreais: muitas vidas são perdidas nos campos de batalha,
as dores que elas geram são imensas e tremendamente reais – mas na tela da TV ou do PC parecem mais um videogame alucinante, em que pessoas explodem como se fosse normal, e a gente não se incomoda mais, perdidos que estamos em nossas vidas particulares, como se o mundo não fosse uma questão nossa também. 

“Bombas na TV” nasceu deste pensamento. Meu querido parceiro Dione sacou uns versos que falavam desta cena (bombas explodem na TV), mas também falavam de amor.
Assim que li estes versos algo se moveu dentro de mim e comecei a costurar o
que ficou sendo a forma final da letra – nós, perdidos entre as grandes questões do mundo  (economia, política, guerras, doenças, tsunamis, etc.) e questões muito pessoais, como o amor e a solidão. Entre essas duas margens nossa vida segue a turbulência do dia-a-dia, não poucas vezes sem encontrar respostas. Talvez a resposta esteja em não deixar de ver que este rio tem estas duas margens, o particular e o geral, nossos problemas íntimos e os problemas que são de todos e que na maior parte das vezes não prestamos atenção, como não prestamos mais atenção nas crianças de rua sob os viadutos das cidades brasileiras, e não olhamos a guerra televisionada como se ela estivesse realmente acontecendo em algum lugar, acabando com vidas tão preciosas como a
nossa e das pessoas que amamos.
A letra acabou recebendo a pegada forte que o Alexandre deu com sua melodia e arranjo, pegada que fala junto com a letra sobre o estado de suspensão que a gente vive e quase nunca percebe – o que me deu a sensação de que “Bombas na TV” pode fazer pensar no mundo em que a gente vive. E você aí, perdido no abismo entre a poltrona e a TV, em que mundo você anda?

CRIS MOURA
Cris Moura foi pra mim, no começo, apenas um nome. A gente vive mergulhado em informação o tempo todo – é blog, telejornal, banca de revistas, rádio, celular, twitter, sites os mais diversos, buscas intermináveis por conteúdo.
Cris Moura havia vencido um concurso no site do Leoni (um dos mais criativos espaços de música e cultura na rede, uma usina de interação de corações e mentes), mas eu não sabia mais nada além disso.
Foi na amizade surgida no convívio do grupo que chamamos de Pertur-Bardos (um grupo de amigos que se formou através do site do Leoni, todos de algum modo voltados para a música, a poesia e a escrita) e nas pelejas do “II Concurso de Composição” e do concurso “Essa letra vai dar samba” que tive a sorte de conhecer melhor a pessoa e a cantora que é Cris Moura. Foi assim que ela deixou de ser apenas um nome pra mim.
Não sei mais o que aconteceu primeiro – acho mesmo que foi tudo junto: passamos a conversar no site, depois através de emails, até nos conhecermos pessoalmente na antológica gravação do DVD do Leoni no Circo Voador. Ao longo dessa aproximação fui conhecendo Cris como cantora, e admirando versatilidade como intérprete, sua voz personalíssima, sua personalidade artística.
De modo que hoje me encontro capturado pela grande amiga Cris e pela cantora Cris Moura. Muito mais do que um nome pra mim."



DIONE EDUARDO - Araguari/MG - Autor das músicas "Porto Seguro", "Pedaços de Sol", "Priscila",  "Bombas na TV" e "Sonho Diferente"


"PORTO SEGURO

Sempre achei Porto Seguro especial por não cantar um passado feliz ou o vazio da partida. O protagonista não quer dormir para eternizar naquele momento sua história de amor.

E quem amou um dia sabe que em algum momento o tempo devia ter ficado lá fora.

Quando recebi a letra do Marco Antônio tentei por dois dias  colocar a harmonia e confesso que já estava desistindo.

No terceiro dia, longe de casa, a música nasceu em mim e quando pude enfim pegar o violão, dedilhei as notas como se cantasse uma velha canção conhecida. Fiz modificações para “arredondar” a letra e adaptar o refrão e até hoje acho que  Marcão não me perdoou por isso.

Porto Seguro é assim. Nascida num único momento para cantar a eternidade de um momento único.


PEDAÇOS DE SOL

Estávamos um grupo de amigos num bate papo virtual quando Rafael Saddi mandou a guia do que seria Pedaços de Sol. Quando ouvi aquela guitarra vibrante senti um vento forte me levando ao passado e me vi rindo e correndo os caminhos de minha infância.


Ali mesmo no bate papo devolvi a letra que julgava pronta ainda fascinado pela guitarra forte do Rafael, que prudente arredondou a letra e inseriu a segunda parte, e após ajustes ficou como se encontra neste CD.

A forma como é retratado o início da vida, alegria e dores de uma criança sempre consegue me emocionar, e espero que todos sintam o que sinto quando a ouvirem.

PRISCILA

Priscila foi uma “música de encomenda”. A Cris queria participar de um concurso e pediu que eu fizesse a música da protagonista do filme “Desenrola”.

A letra veio com relativa facilidade, já que inspirada no filme, contudo a harmonia teimava em sair lenta e melódica, enquanto eu desejava um Rockzinho pesado e com guitarras distorcidas.


A solução foi aceitar a melodia que teimava nascer e dar uma “aceleradinha” na harmonia. Pra minha surpresa o resultado foi um Rockezinho anos 60 que tenho muito orgulho.

BOMBAS NA TV

A exemplo de Pedaços de Sol, estava no mesmo Bate Papo quando descompromissadamente fiz alguns versos sobre o mundo estar se explodindo enquanto víamos TV.  Nuno Rau imediatamente pediu para dar seqüência e modificações na letra, o que aceitei de imediato. Alguns dias depois ele me presenteia com uma versão sofisticada, das prisões que o homem cria para si mesmo e para as relações que cultua.

Demorei meses para acrescentar pequenas alterações na versão final, e não fosse a ajuda providencial do Alexandre Alves que criou a harmonia talvez essa música ainda estivesse na prancheta.

SONHO DIFERENTE

A música trata dúvidas e incertezas de nossas opções e rumos que tomamos, e,  de uma  forma  levemente depressiva levanta o velho questionamento sobre quais caminhos, bandeiras e  pessoas fizeram o que de fato somos. E se gostamos disso.

CRIS MOURA

Algumas músicas levam meses para nascer, outras nascem prontas e outras estarão sempre esperando a coragem da inspiração para acontecer pois o artista sempre a trás consigo. Contudo a materialização da obra nunca fará sentido se não houver quem interprete o trabalho e o leve as massas.

Portanto se foi por  mãos minhas e de meus parceiros que estas músicas aconteceram, foi na voz e talento da Cris Moura que elas cresceram, tomaram forma, compraram roupas novas e agora caminham por muitos ouvidos."








RAFAEL SADDI - Goiânia/GO - Autor das músicas "Pedaços de Sol" e "All Day Long"

"PEDAÇOS DE SOL

Eu fiz a melodia pensando em um personagem chamado Nuno Rau. Este personagem me remetia sempre aos meus super-heróis da infância: identidade secreta, senso de justiça aguçado e um forte apelo ao nosso desejo inconsciente de alcançar sempre o impossível.  Quando o Dione me mandou uma letra para a melodia eu fiquei impressionado com a profundidade dos sentimentos e das palavras utilizadas. E a letra trazia à tona justamente o mesmo universo da infância que tornou possível a minha obsessão por super-heróis. E, pior ainda, da infância lembrada, ou seja, de uma infância, de alguma forma, perdida. 

"ALL DAY LONG

Essa é uma música que fiz quando era adolescente. E foi feita para uma pessoa que amava e que tive que perder. No fundo é uma letra triste, sobre como as pessoas que deixamos, um dia acabarão também por nos deixar.